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Wednesday, September 18, 2013

STF

Alguns vociferam. Outros xingam. Pitis e arroubos. Oh, impunidade... de QUÊ?

Chamam isso de democracia e liberdade - a mesma que não se tinha no passado, onde ser "comunista" ou "vermelho" poderia significar uma sentença de morte (ou tortura ou estupro).

Desde que se atendam vontades pessoais e míopes, pode-se mandar a Constituição à merda, eis o que muitos pensam. Afinal, as barbaridades da ditadura 64 não foram à toa... nas redes sociais mesmo, é normal ver boçais afirmando que "nunca houve ditadura nem tortura", que "tem que tacar uma bomba na favela e matar tudo" e outras selvagerias do fascismo tupiniquim.

O mais patético de tudo está reservado aos que só se manifestam politicamente em determinadas horas convenientes, fazendo um silêncio cemiterial hipócrita em outras. É preciso ser muito ignorante - ou dotado da mais pura má-fé - para reiterar que "os maiores crimes de todos os tempos" só foram cometidos no Brasil a partir de 2002. Nada mais natural em se tratando de um país onde boa parte da população, quanto mais abastada é, mais faz questão de ostentar sua ignorância colossal em relação à própria história. Ou generais foram morar na Atlântica e na Vieira Souto graças às enormes capacitações de adminstração dos pobres soldos?

Num julgamento em que a corte encontra-se dividida, o voto de Minerva é natural, desde os tempos de João Sem-Terra. Aliás, a própria divisão deixa claro que nem a maior corte do país tinha consenso sobre o que acontecia.

Sinal claro que que a coisa não tinha andado bem desde o começo, quando “tudo leva a crer” transformou-se em “é”. Erro imperdoável que foi remendado a tempo hoje. 

Ilude-se quem imagina que "o povo" saiu derrotado na votação de hoje do STF. O que estava em jogo não é "a desgraça do PT" no país, mas sim o risco de conclusão de um processo que foi norteado o tempo todo por achismo - "não tenho provas, mas tudo leva a crer que aconteceu".

No fundo, quem perdeu foi o rol de grandes corporações de comunicação, prostituídas do cabelo ao dedão do pé desde sempre. Queriam decidir a eleição de 2014 em 2013, mas não deu certo. Se tivessem realmente preocupação com a corrupção, não teriam financiado a ditadura cívico-militar que, dentre outras coisas, fez uma enorme turma muito rica até hoje. E nem acobertariam N escândalos desde sempre - isso, quando não foram sócios majoritários desde sempre. "Aos amigos, tudo; aos inimigos, o rigor da lei" - quem se lembra?

Nomes aos bois? Globo, Abril, Folha, Estadão, Olavo de Carvalho, Pondé, Reynaldérrimo Azevedo, Augusto Nunes, Diogo Mainardiota e lacaios idem.

Cheguei a pensar em falar de Lobão, mas não é o caso. Ainda o admiro como "roqueiro" com aspas. Como "pensador", as aspas viram gargalhadas de claque.

Todos esses "são caboclos querendo ser ingleses" (Cazuza). 

Sete anos de pancadaria diária implacável, mas é bom que se diga: NINGUÉM FOI ABSOLVIDO DE NADA. Tão somente reconheceu-se o direito a recurso. Cumpriu-se a lei. 

Ah, sim, os juízes Mendes e Barbosa não são donos do Brasil e nem das garantias constitucionais de cada cidadão brasileiro. 

Simples: os meios de comunicação já não têm parte da força que já tiveram um dia. Perderam credibilidade. A fúria opressora em busca de um poder que tiveram décadas atrás os levou ao ridículo e vazio de hoje. Tanto que já perderam três eleições presidenciais seguidas e, ao que tudo indica, o 4 x 0 está chegando. 

Meus sinceros parabéns a homens de imprensa como Mauro Santaynna e Janio de Freitas, que chegaram à idade madura para fazer um jornalismo sério, de verdade, sem caixinhas, que ainda brilha diante deste mar de lama dos Mervais e cia. Homens que defendem o Brasil, a democracia e a pluralidade de ideias há mais de sessenta anos. O mesmo vale para Paulo Henrique Amorim e Luís Nassif. 

OBS: ao declarar seu voto, o juiz Celso de Mello citou Pontes de Miranda no embasamento de seu voto – um dos mais notáveis juristas brasileiros e reconhecidamente um homem de direita. Estimativas preliminares apontam que 99% das pessoas que estão descabeladas com o 6 x 5 de hoje desconhecem quem foi Pontes de Miranda. 

@pauloandel 

1 comment:

Pedro Du Bois said...

Grande Andel, parabéns pelo texto. Abraços, Pedro.