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Saturday, September 14, 2013

corpus

1

onde, onde festejas tuas bobagens inevitáveis que não sei viver?
não vamos falar de perdão ou de rancor. é tudo tão desprendido

eu só queria que você soubesse do quão bom seria  ser outra:
outra página, outra andança, outras palavras e mais artifícios sãos
tudo dedicado para que estivesses aqui tão viva e fascinante
e se pensasse em navegar teus seios, esquiar o colo, o dorso nu
feito o invencível verão que jamais vivemos quando merecido
ou certas ocasiões deliciosas que desperdiçamos sem sentido
ah, eis o melhor dos cantos quando fosse ao pé do teu ouvido
até quando a tempestade se avizinhasse e fosse senhora do tempo
onde, onde flanas pelos versos que me soam perdidos demais?
eu só queria que você soubesse do quão bom foi pelo meu sim
e se estivéssemos aqui feito dois estrangeiros iniciantes e sós

nada mau fazer do teu corpo a minha colônia de férias - o país


2

o corpo são
numa cabeça de mil
sentenças
o corpo nu
em boas delícias
e reticências

o corpo cru
e seus temperos ases:
amor e tesão
qualquer corpo regenera
qualquer corpo regenera
e fascina
até chegar o dia
o abominável dia
da decomposição

da decomposição
o amor e seu tesão
perdidos em vão


@pauloandel

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