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Wednesday, February 28, 2007

Hino nacional

miséria ignorância desprezo descaso opressão censura ditadura cobiça avareza fanatismo violência indulgência demagogia malversação descalabro carnaval futebol sambalando tropicália renascença reforma inquisição tortura refavela tráfego tráfico imposição fé crime castigo casta verdade brasil grande pátria desimportante brasil amém brasil noves fora nada brasil brasileiro
Paulo Roberto Andel, 28/02/2007

Fading light

a fading light shines ahead like a little lovely star

it lives nearly a top of a uncertain green hill

the lovely ones carries love and peace to us

i´m the only sightseeing man looking around

my heart brings a throughout mood, so close

everything is broken, absolutely broken out

but i'm still alive, living a neverending story

coming and going with mom in my mind


Paulo Roberto Andel, 28/02/2007

Brumas de Copacabana

faça de minhas mãos as tuas
e deixe-as correrem teu rosto ainda tão juvenil
plácido, límpido
perto do teu olhar delicado, brilhante, sutil
banhado no mar
faça-me teu enredo, encanto
voz que se anuncia pelas Guanabaras, Paulicéias desvairadas
ou ainda pelas Diamantinas, todas as Gerais
faça-me de toque das tuas melenas
acesas, cativantes, convite a delícias e calores
faça-me de amparo dos teus anseios
e mergulhe-me em ti
ponha-se nua de corpo e alma
vestida apenas com o sal do Atlântico, no palácio d'água
toda Copacabana há de aplaudir
a trégua de teu mar, que fascina, conquista
e faz do teu rosto amor sem par, nem fim


Paulo Roberto Andel, 28/02/2007

Moto contínuo

transformo-me entre quandos e ondes
contatos costurados pelos porquês
o talvez servido de fio da esperança
apoiado em vigas de efêmera certeza

mastigo-me, rumino, pleno autofágico
na permanente mutação de meu viver
com inatingíveis desejos na realidade
entorpecentes baratos durante ir e vir

meus gritos causam delírio, dor, alegria
o silêncio que ostento arquiva mistério
todo amor que causei fez-se martírio
meu lamento é não saber dizer adeus


Paulo Roberto Andel, 27/02/2007

Sunday, February 25, 2007

Saudade

amor
que navega sete mares de memória
para atracar
no cais seguro do bom coração


Paulo Roberto Andel, 25/02/2007

Thursday, February 22, 2007

Idas e vindas

Eu, que sempre acreditei nas coisas que perdiam-se para todo sempre, tenho enganado-me

Uma foto, um objeto, a lembrança de uma velha frase ou do mais empolgante dos beijos

Quando menos se espera, as coisas e pessoas voltam-me do quase nada, implacavelmente

E, quando chegam, encantam-me feito jamais estivessem ausentes de minha companhia

Certa vez, um inimigo contemporâneo alertou-me de que o mundo dá muitas e muitas voltas

Raras vezes na vida, alguém pareceu-me tão sóbrio, sagaz e pertinente em seus dizeres

Eu, que tolo fui, acreditava nas coisas perdidas para a eternidade, vagas nos limbos, perdidas

E agora, percebo que nem a morte é capaz de abalar a posteridade do amor, do carinho, da paz

Perdi meus mais queridos, que fazem morada agora no amargurado peito que carrego só

Em agradecimento, eles enviaram outros de algum jeito, perdidos que reencontrei na trilha

Eu, que tenho vivido com tanto amargor em minha sutileza, perdido na tristeza, recolhido

Estou desconfiado de que existe algo escondido na misteriosa essência da vida humana, terra

Longe de mim ousar descrever, acreditar, rezar, chorar para tentar decifrar tal segredo

Resta-me viver, bem fazer, sonhar e esperar por novos dias, reencontros, aqui ou ao longe



Paulo Roberto Andel, 22/02/2007

Wednesday, February 14, 2007

Mal liberto

males são versos
derramados pelas frases
inconclusas
indecisas entre o cândido e o errante
besuntadas por discórdia e carinho
cativantes
fingem rezar pálidas preces
aos curtos poetas de cátedra
nada os detém ou repara
vivem soltos nos ares, libertos
em espreita do bem querer, querer
distante do poder, amontoado
nos gigantes corações de fé
imersos no amor a granel


Paulo Roberto Andel, 14/02/2007

Tuesday, February 06, 2007

Lágrima

nenhuma lágrima é vã quando um olho a derruba com sinceridade
e um rosto a ampara com a fidalguia maior, retidão, consciência
desimportam os motivos de tristeza ou alegria que a fecundaram
não são relevantes os meios e os fins que a cercam no momento
poucas coisas são mais cristalinas do que a verdadeira lágrima,
a diga lágrima, ausente das vistas vilãnicas, traiçoeiras, bandidas
eu falo das lágrimas das pessoas de coração voltadas ao bem
são trabalhadores, estudantes, remediados e miseráveis, solos
doentes, esfomeados, gente traída pelo amor, dinheiro e pela fé
empilhados nos hospitais, tribunais, vielas das favelas, avenidas
estes, sim, são capazes e frequentemente baixam suas lágrimas
quando deparam-se com alguma violência, apenas brasileiros

Paulo Roberto Andel, 05/02/2007