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Tuesday, July 09, 2013

Apresentação do autor

NOME Paulo-Roberto Andel

NACIONALIDADE Brasileira e do mundo, talvez. Qualquer lugar

LOCAL DE NASCIMENTO Rua do Bispo, Rio Comprido, RJ

DATA DE NASCIMENTO 26 de julho de 1968, dia de minha mãe


INSTRUÇÃO

Colégio Pinguinho de Gente, em Cascadura (1973); Colégio Pernalonga, Arpoador (1974/75), morto; Instituto Santo Antônio de Pádua – o Padão – em Copacabana, sedes Toneleiro e Tenreiro Aranha, ambas mortas (1976/1980, com saltos); Escola Municipal Cícero Penna, Copacabana, muito viva (1981/1982); Colégio Estadual Pedro Álvares Cabral, Copacabana, muito vivo (1983/1985); Facen, atual Universo (1986); UERJ (1988/1994 – 1994/1996); UFRJ (1997/1998); Suesc (2005/2006). Jamais tive uma nota abaixo de 7 de matemática até chegar à UERJ, quando dois zeros puseram minha auto-suficiência abaixo. Tirei três notas 10 em redações nos vestibulares, mas achei que tinha sido sorte. Fui atleta até chegar à universidade; depois disso, garotas, risos e bebidas demais me tiraram de combate. Ganhei campeonatos de futebol de botão e de praia. Razoável jogador de sinuca mata-mata, bom jogador de ping-pong, bom de carteado (mau-mau), razoável de xadrez. Treinei boxe. Basquete também, mas era pequeno - não sou mais.

CASADO

Não, nunca fui, não sei se serei, quase fui noivo mas felizmente desisti. Depois recebi dois pedidos de casamento, mas eram propostas de jerico. Uma mulher me fez pensar nisso à toa – mas sempre -, já que me ignorou solenemente – e devo tê-la amado. Tive várias garotas, espero que mude. Atualmente estou bem. Muito bem.

FILHOS

Ninguém reclamou. Tive sustos e ao menos um grande drama que não cabe aqui. Adoro crianças. Estou velho, mas talvez seja um ótimo pai, se tempo ainda houver.

RESUMO DAS PRINCIPAIS OCUPAÇÕES E/OU EMPREGOS

Ajudante de estrutura para corridas de rua; caixa financeiro da falecida Mesbla; atendente de barraca de praia, professor particular; fiscal de provas de vestibular; vendedor de times de botão; entrevistador na Bienal do Livro – onde certa vez vi o jornalista Boris Casoy chegando ao saguão vestindo um terno impecável e apresentando seu jovem sobrinho de camiseta; estagiário de estatística (Hospital Pinel – onde acessei o pavilhão dos internos por mais de uma vez – a linda estagiária morria de medo de ir; Sindicato Nacional dos Editores de Livros; Federação da Indústria do Estado do Rio de Janeiro; Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Rio de Janeiro); dono de loja de discos musicais em duas oportunidades; editor de um site de cronistas de futebol; blogueiro; escritor e poeta, assim me chamam.

INTERESSES/ HOBBIES/ ESPORTES

Durante décadas, joguei campeonatos de botão e ganhei vários, trago isso desde criança. Joguei muito futebol de salão, campo e praia, mas nunca ostentei tal fato porque só idiotas se vangloriam disso num lugar como o Brasil, que tem trocentos mil jogadores. Desde cedo gostei de ler – aprendi a ler e escrever praticamente sozinho, o que assustou minha mãe na sala de casa – meu pai deu de ombros. Lia qualquer coisa, de diversas revistinhas em quadrinhos ao Pasquim (sem entender, lógico, com nove anos de idade). Gosto de muitos esportes, pratiquei corrida, futebol e basquete. Sempre gostei de fazer pequenas viagens, estar em locais diferentes, aprendi nos tempos de escoteiro e, por isso, conheci dezenas de cidades no Rio de Janeiro, mais tarde as capitais do Sudeste, Curitiba, Ponta Grossa, Goiânia - o que sempre causa piadas contra mim - e outrem.

ESPECIAL 

Garotas, futebol e poesia. Música. Escritores da alma.

FAÇA UM BREVE RESUMO DE SUA VIDA, POR FAVOR

Quando nasci, meu pai era comerciante e tinha lojas, uma razoável situação. Vivíamos em Copacabana desde 1968 e, com pequeno intervalo em 1975, lá ficamos até novembro de 1993, pouco mais de 25 anos. Tenha vagas imagens na memória de minha festa de dois anos de idade, feita em nosso apartamento da rua Belford Roxo 284. Minha mãe me levava para passear de táxi e eu é quem fazia o sinal para o motorista. Uma das primeiras expressões que aprendi a falar foi “Não precisa”, quando alguém queria me ajudar a andar. Depois meu pai e meu tio foram presos pela ditadura do AI-5, meu tio foi expulso do país e suicidou-se no exílio em Israel anos depois. Era uma casa de comunistas, ainda é.

Fui criado na praia de Copacabana e nas ruas. 

Nesse tempo, meu pai perdeu tudo, ficamos muito empobrecidos, passamos várias dificuldades financeiras, mas nenhuma fome – trocamos um apartamento de 500 metros quadrados por outro de 40. 

Tive apoio permanente em duas casas: a de Fred, meu amigo falecido em 2009, onde ríamos a valer na adolescência e começo da vida adulta todos os dias, além da casa da família Couceiro, que frequentei quase que diariamente de 1986 a 2000, ao lado de outros amigos como Rafael Epocler, Marco Gomão, Raul Sussekind e Xuru Nunes. 

Em minha casa, durante anos, praticamente só fui para dormir, ainda mais que meu pai desenvolveu alcoolismo e isso criava conflitos violentos. 

Também fui escoteiro durante muitos anos e isso me permitiu contato permanente com a natureza, com pessoas de todas as classes e comportamentos e, sendo Copacabana um bairro de ricos e pobres, isso foi um determinante na minha formação como homem. Por ignorância, mergulhei muitas vezes no mar de Copacabana em dias de tempestade e raios: podia ter morrido. Depois aprendi e nunca mais repeti. 

Sempre estive pouco ligado em diversões eletrônicas e tem sido assim até hoje. 

Embora estivesse quase que diariamente perto das drogas ilegais - todas! todas!-, nunca me interessei por nenhuma delas – aliás, nunca fumei um cigarro de nicotina – mas continuei junto de meus amigos junkies. 

Depois de perder tudo, meu pai voltou a ser gerente em uma das lojas outrora de sua propriedade, depois fez vários bicos – tinha uma formação ótima, mas parecia mais afeito a empregos mais modestos. Minha mãe teve inúmeros empregos domésticos, era uma mulher linda, inteligentíssima, mas de pouca instrução formal, chamava-se Maria de Lourdes e me deu tanto carinho que até hoje eu tento transmiti-lo aos outros. Meu pai se chamava Helio. Os dois faleceram ainda jovens, anos atrás. 

Minha criação foi anárquica: jamais meus pais me pediram para fazer qualquer dever de casa, minha mãe gostava que eu faltasse às aulas para assistir desenhos animados em casa, com nove anos de idade meu pai me dava o dinheiro do aluguel para que eu viesse de Copacabana ao Centro para pagá-lo. Pulei vários anos na escola - o primeiro, metade do segundo e três bimestres do terceiro. Também tive um irmão adotivo que, em 2008, insatisfeito com tudo, pegou suas coisas depois de 15 anos de convivência, se mandou e nunca mais falou comigo. 

Aos 17 anos, incentivado pelas minhas notas em Matemática, resolvi escolher uma carreira que me permitisse ter alguma capacitação para ajudar no sustento da família, mas naqueles tempos o salário de professor já era bem ruim. Na fila de inscrição, num susto, escolhi sem clareza o curso de Estatística e isso salvou a minha vida: anos mais tarde, foi o que me permitiu bancar todas as contas da casa até hoje. 

Em paralelo, sempre gostei de escrever, mas tinha vergonha de mostrar aos outros. Meus primeiros textos foram publicados no jornalzinho da faculdade. Em 1999, o grande escritor Rubens Figueiredo indicou meu nome para uma publicação que dirigia – fiquei honradíssimo, vermelho feito uma bandeira comunista e não mandei texto algum. Depois, comecei a escrever em sites e blogs na internet, até que em 2010 publiquei o primeiro de meus três livros, todos sobre o Fluminense e o futebol, nenhum deles com a obviedade oca que se lê nos jornais atuais. Atualmente escrevo um livro de contos – sem futebol - que espero lançar ano que vem ou no outro. Durante minha vida tenho lido um pouco de tudo, talvez possa lembrar de nomes importantes para mim: Ivan Lessa, Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, João Saldanha, Achilles Chirol, Glauber Rocha, Maurício de Souza, Torquato Neto, Paulo Leminski, Mauro Santayanna, Paulo Moreira Leite, Zózimo Barroso do Amaral, Tárik de Souza, Jack Kerouac, William Burroughs, John Scott-Fitzgerald, Ernest Hemingway, Carlos Drummond de Andrade, Haroldo de Campos, Augusto de Campos, Décio Pignatari, Carlito Azevedo, Arnaldo Antunes, Patti Smith, Bob Dylan, Leonard Cohen e mais cem nomes óbvios, para desespero de prepotentes invejosos que não sobrevivem ao talento e admiração dos outros. 

Desde 1992 moro no centro da cidade do Rio, antes um lugar abandonado e off, agora na moda com o advento da Lapa e outras quinquilharias. Não tenho parentes próximos, vivo sozinho mas sem solidão, apaixonado noutros anos por um avatar feminino, tenho me relacionado muito bem com uma garota 23 anos mais jovem do que eu – o que, claro, traz à tona um enorme preconceito contra mim - fico sempre com mulheres bem mais jovens, os amigos casados suspiram, suas esposas me odeiam. Alguns de meus melhores amigos são profundamente religiosos e sou ateu – exceto quando penso no avatar. Tenho vários amigos de situações, opções, formações e disponibilidades financeiras diferentes, muitos dizem que sou engraçado e divertido, outros supõem que eu seja intelectualizado - talvez seja, mas seria ridículo falar isso de mim mesmo. É, sou mesmo. Uma realidade. 

Detesto falsidade, arrogância, soberba e falta de solidariedade para com o próximo, tudo coisas que aprendi a combater em casa e, mais tarde, quando ingressei no escotismo. 

Creio que me chamem de poeta porque, embora essa não seja a minha formação acadêmica, acaba aparecendo em meu trabalho de cronista e escritor - também faço poemas regularmente desde sempre.

Minha vida não tem muita badalação: bares, centros culturais, shows de música, cinema, teatro, namorar, futebol, horas de conversa fiada com gente que sequer conheço.

PLANOS FINAIS

Sozinho como sempre fui, mesmo com o mundo ao meu lado - sempre me senti muito, muito sozinho o tempo todo, não importando a mulher ao lado ou o amigo -; alguns amigos mais jovens fazendo companhia; alguma mulher que me ame ou uma enfermeira bonita caso eu não me suicide, risco natural com histórico familiar; o Maracanã e o Odeon ainda vivos, o CCBB também. Livros, discos, quem sabe risos. A vida é hoje, o futuro é a morte, para que planos?

QUEIXA FAVORITA SOBRE O MUNDO CONTEMPORÂNEO

Pessoas arrogantes, nariz empinado, todos serão carne podre ou incinerada numa gaveta, as outras pessoas morrendo e passando fome, isso tudo não tem o menor sentido lógico ou de humanidade.

FAÇA, POR FAVOR, UMA PEQUENA DESCRIÇÃO DO SEU FUTURO LIVRO – OU FUTUROS -, SEU CONTEÚDO E PROPÓSITO, NA SUA OPINIÃO

O próximo é de futebol também, fiz com mais cinco amigos escritores, será um publicação desafiadora em termos de futebol daqui porque mexe em velhos dogmas da “respeitável” imprensa esportiva brasileira. Deve ir para a editora em breve.

O meu livro pessoal é de contos, histórias de lugares e pessoas que conheci, em cidades diferentes como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e talvez Vitória. Um dia. 

Basicamente é expressar meus sentimentos em relação ao que experimentei. Há ficção também, mas o leitor não terá clareza sobre quando é uma coisa ou outra. No fim, fica tudo como ficção, acho. 

Qual a diferença ou importância? Nenhuma.

@pauloandel

Homenagem a "Apresentação do autor", Jack Keroauc, 1961

1 comment:

Tatiany Melo said...

Isso é muito legal! É sempre bom conhecer novos detalhes sobre o homem M-A-R-A que conheço há pouco mais de 4 anos... Sou, cada vez mais, sua fã! :)