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Wednesday, October 11, 2006

Aurora da solidão

Solidão é sedento vazio
Opaco d'alma não dedicada

Todos temos uns dias
De famigerado calor
Queremos matar sede
Trucidá-la com rigor
No entanto, com espanto,
Sem água brava devida

Mesmo que a melhor conversa
Esteja ao lado

Ainda que a mulher mais bonita
Avizinhe-se

Há um momento de súbito oco
Mergulho profundamente raso

Fica-se vadio e livre, pipa solta
Sozinha não, solitária é o certo
Lá fora, um Maracanã a berrar
Nada atrai um solitário coração

Nada escuta-se
Ele, o coração, basta-se



Paulo Roberto Andel, 11/10/2006

2 comments:

Anonymous said...

como sempre sua tinta é sublime ao manchar no papel muito mais que palavras !
Rá !

Anonymous said...

como sempre sua tinta é sublime ao manchar no papel muito mais que palavras !
Rá !