Ásperos chãos, vários
Humildes gentes na ida
Um pouco de verde vil
Tenta ocultar o asfalto
Que leva e traz um país
De um lado, são Paulos
Noutro, descem os rios
Meninos soltam as pipas
Pela inquieta juventude
Entre o cinza carbono
Flanante rumo ao céu
É transporte das massas
Carros quase populares
Têm batuque no trajeto
Biscoito, refresco e bala
Passatempos divertidos
Para atenuar a marmita
Mulata de sandália alta
Passista dez carnaval
Dois recantos da miséria
Um naco de esperança
No mar de avenida viva
Morta, por todos lados
Ao longe, tiro é favela
De perto, tem resenzala
O rádio canta o vulgar
É a pétala desfolhada
Amanhã, Natal é novo
Ano velho, rei morto
Passeatas, procissões
Greves, perdas, rebeliões
Olhos infantis comentam
Vilares, Caxias, Meritis
Pelo Trevo das Missões
Paulo Roberto Andel, 26/10/2006
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