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Thursday, December 28, 2006

Onde mora liberdade?

Liberdade, santa insana liberdade
Utopia inalcançável, mais que desejada
Vejam o exemplo de nossa velha cidade
Cada um de nós busca o jeito de ser livre
Num dia de folga, tarde de mar ou no futebol
Desfraldando uma bandeira e gritando firme
Tudo feito de pequenas liberdades, efêmeras
Os humildes buscam liberdades nas palafitas
Nas casas de beira de estrada, alto da colina
Os trabalhadores caçam liberdades na mercearia
Com os minguados dinheiros, de farto suor
Os mendigos perseguem liberdade de sobreviver
Entre a mão estendida e a cachaça de anestesia
Mesmo o abonado, o bem-nascido, abastado
Não conhece bem a ciência de ser tão livre
Uns fogem de impostos, outros da miséria ao léu
Que lhes incomoda olfatos e visões
Outros, blindados, correm das balas perdidas
Das patrulhas noturnas, ensandecidas
E também do fogo infernal das ruas
Nem mesmo um falecido é totalmente livre
Com exceção do ateu que acerte a tese
Senão, é capaz de ainda precisar de senha
Para ser atendido nas portas dos céus



Paulo Roberto Andel, 28/12/2006

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