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Friday, December 01, 2006

Auto-flagelo

eu, terrorista de mim mesmo, delinquente
sou refugiado em meu leito solitário, pacato
e tenho uma bomba-relógio ardente no peito
com data de validade para explodir ou falhar

minha cabeça de negro é bomba atômica
panamericana, arrasadora, amor devastação
nela, implodo os mais irremediáveis sonhos
embebidos em certos amores menos sinceros
dela, extraio combustível para ser bom enganador
dos todos que apostam fé na minha capacidade
louros da inteligência que nada muda no mundo
que não faz tostões, nem oferece preces, amém
tampouco é capaz de odiar alguém, no entanto

sou eu, meu próprio sequestrador, impune jovem
no cativeiro turvo que abençoa minh'alma nata
sem planos de resgate, abraços de finais felizes
tão pobre de mim, de ti, de quem à vera viver


Paulo Roberto Andel, 01/12/2006

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