O Rio é de muitas coisas. O problema é que a maioria não pode usufruir dessa terra cheia de belezas naturais. Estamos em pleno Carnaval e vocês nem imaginam como tem tanta gente muito diferente das fotos e matérias da TV: trabalhadores oprimidos, cidadãos humilhados, gente honesta ameaçada.
De toda forma é Carnaval e cada um vai tentar sua migalha de felicidade como puder. A força do samba e da festa são definitivas e atraem os olhares do mundo inteiro - e parte dele vem pra cá, em busca de temperaturas altíssimas, mulheres e homens belíssimos, muita put4r14 e loucura, é lógico.
Na TV temos agora três dias de escolas de samba. Sinceramente, uma ótima ideia, tanto para quem vai ao Sambódromo, que vê tudo mais espaçado, quanto quem ficará pela TV - é um show de ângulos e luzes.
Por uma semana, a gente tenta esquecer a dor de uma cidade tão bela com gente tão humilhada e sofrida, já que o Rio vai muito além de seus espetaculares cartões postais - a vida não se resume a Ipanema e Leblon. Tomara que a festa das ruas tenha pouca violência, que prevaleça a paz e que dê um respiro, porque depois de 10 de março o inferno carioca voltará, e será uma longa e tortuosa estrada até a próxima pausa.
A gente inventou ou aprimorou muita coisa que o mundo gosta. O Carnaval, o futebol, o Cinema Novo, o samba de raiz, a bossa nova, o mate de tanquinho, o aplauso para o pôr do sol e Copacabana, que é primeira e única como Patolino. Tem Botafogo, Gávea, Madureira, Méier, o Tijucão. Da Estrada de Botafogo até a rua Santa Clara dá um mundo. Os mais atentos vão falar de Sampaio, Quintino e Piedade. Vila Valqueire e Realengo. Campo Grande, Bangu, Paciência, Camará. O Rio tem muitas coisas e celebra seu aniversário em pleno sábado momesco. Ainda existe alegria e beleza, mas é preciso ter felicidade - o que só será possível quando a cidade for realmente de todos. Mas agora é festa, quem pode dança e quem não pode se tranca.
@p.r.andel
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