Eles se acham o máximo. São o tipo de gente que ri das pessoas humildes, que não praticam a farsa da norma culta. Acreditam piamente que são seres superiores por causa disso. Vivem a cafonice pueril do Português perfeito. Não, eu não quero abrir uma guerrilha léxica, mas apenas dizer que a mensagem e o conteúdo são mais importantes do que a forma em si, assim como o presente é mais importante do que sua embalagem. O Brasil é um país de pessoas humildes e sofridas, oprimidas. Muitas passam longe da discutível norma culta. Merecem ser desqualificados por isso? Claro que não. Temos a linguagem popular brilhando na cultura brasileira em muitas manifestações do Norte-Nordeste. Temos a fala das ruas, urbana, contemporânea. Sim, vamos estudar a língua, vamos aprimorar as falas e escritos, mas que fique bem claro: nenhum pernóstico engomadinho com sua gramática de decoreba é capaz de oferecer boas mensagens com paixão, fúria, tesão e sede de liberdade. O talento do texto se mede por fatores muito além do simples domínio gramatical.
@p.r.andel
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