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Sunday, September 10, 2023

Salut, São Paulo!

Até que envelhecer tem suas vantagens. Com ou sem dinheiro, dificilmente vou a festivais de rock pop. É que meus heróis estão aposentados, quase aposentados ou muito mortos. Naturalmente há exceções: dia desses fui com meu amigo Marcelo Rodrigues Lessa ao show da Dorsal Atlântica, do meu querido amigo e ídolo Carlos Lopes. Trash metal roots, em pé, como o estilo pede. Bom, a Dorsal pede uma coluna inteira e o Carlos não cabe num livro. Por enquanto digo que é um dos maiores artistas em atividade no Brasil. Gênio. Perguntem ao João Gordo.

Então fiquei vendo The Town, o Roquinrio de Sampa, meu! Gosto de São Paulo, de suas esquisitices, de suas garotas, aventuras lokas e até das viagens de avião - são as melhores do mundo para quem tem medo, pois mal dá tempo de servir o sanduíche - quando há - e o piloto avisa que iniciou o processo de aterrissagem. Só que tá bem caro...

Da Pitty só vi o finzinho. Ela é uma graça. Vinte anos de carreira, atitude, uma garota baiana que botou muita pimenta no vatapá. Trajetória maneira, vitoriosa. Tem toda razão quando canta "Que me acha foda". 

Num susto, o Garbage. Shirley Manson, minha crush desde os anos 1990, senhor! Butch Vig, o homem de "Nevermind" do Nirvana e "Siamese Dream" do Smashing Pumpkins. Gostei muito. Minha preferida é "Stupid Girl". Especialistas dizem que o show não emplacou para a plateia presente. Bem, em 95% dos dias de festivais é assim. Achei o show correto e, pra quem conhece as músicas, elas soam como nos álbuns. Tomara que voltem, no Vivo Rio (sem mesas). Shirley é adorável. 

Barão. Barão é foda. Stoneanos de corpo e alma. Desde a volta, acho que vi uns seis shows do BV na TV e todos foram ótimos. Frejat era uma voz espetacular para a banda, mas gostei mesmo do Suricato, é um outro jeito de cantar e com mais peso no som. Foi legal ver o Barão tocando as músicas do Skank, bem divertido. Certa vez o Samuel Rosa foi muito antipático comigo e com o Bolinha, deixa pra lá. Espero que façam outros shows junto. Guto senta a mão na bateria, gosto quando Maurício canta. E onde tem Barão, tem a presença poética do meu ídolo e parceiro literário Mauro Santa Cecília. O livro tá atrasado, senhor! 

Wet Leg eu não conhecia. A cantora é linda, docinha, aquele pop rock leve às vezes com uns berros. Ok, tem a questão das escalações e palcos, mas isso também é de todos os festivais. Deveria ser ótimo vê-las na antiga arena da Caixa Cultural do Rio na Almirante Barroso, que os fascistas destruíram. Bom passatempo para o gran finale. 

Por fim, Foo Fighters. Eu demorei a gostar do Nirvana e demorei com o Foo, mas o show dos caras é devastador. Dave Grohl passou por duas tormentas e, pelo visto, ainda vai contar muitas histórias. Simpatizo mesmo é com Pat Smear, divertido e excelente guitarrista que vem dos tempos do Nirvana Unplugged. Um show de rock como tem que ser. Ouvi como se tivesse 22 anos de idade, que infelizmente já estão longe demais. 

Meu Roquinrio foi na TV. Uma noite divertida mesmo. Este ano tem Paul McCartney e Roger Waters por aqui, com ingressos salgadíssimos. O Glenn Hughes também. Em tempos de dureza, se eu conseguir comprar o novo Dark Side, está bom. 

@pauloandel

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