alguma coisa desanconteceu
num coração da urbe ao léu
e o mundo num segundo vil
se fez ausência, vazio, traço:
o amor inerte rejeita um som
anjos do asfalto atordoados
a solidão às veias esquálidas
a indiferença dos massacres
cada um por si e o deus além -
o amor fenece e desfaz o som
bom dia, boa tarde, goodnight
quero dar um tapa so big style
num embalo duma noite flácida
batalhões de estranhos íntimos:
a suruba dos sentimentos ocos
alguma coisa desaconteceu cruel
o amor que fugiu no porta malas
o e-mail que explode numa lixeira
a conversa que perdeu certo nexo:
o fim da linha num suicídio tímido
@pauloandel
(sobre "Pros que estão em casa", Hojerizah, 1984)
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