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Thursday, October 31, 2013

poetas de calçada

os poetas de calçada
e as ruas desertas, frias
como um feriado
cinza a se avizinhar
a vida é o escorrer
dos sonhos roubados
lembranças do choro
numa flauta, um violão
os acordes em procissão -
pacíficos mendigos
esmolando o presente vil
garotas que sofrem
o descobrir do desamor -
a vida em vigas e vãos
sem cor de contradição
exceto por um corpo santo
que se nega a dizer amém -
o coração da cidade é manso
os homens sem paz de espírito
e um santo perdido no mito
renega seu amém sem ter
sentido, fuga ou réquiem

@pauloandel

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