Morrer, todo mundo vai. É do jogo.
O problema do Rio é que todo dia morre alguém antes da hora, ou muito antes.
É a garotinha na praça, é a militar no quartel, é a senhora na comunidade.
Todo dia a sujeira dessa sociedade explode o peito ou a cabeça de alguém.
Há quem julgue ser fácil abstrair ou naturalizar a situação.
Eu não. Isso tudo me faz muito mal.
Quem sou eu para achar normal que, por não ser minha filha, sobrinha ou parente, a morte de uma garotinha por bala anônima deve ser algo natural? Não é. Nunca vai ser.
Os mesmos erros de sempre. As vítimas estão por toda parte. As famílias despedaçadas choram.
Onde foi que perdemos a humanidade?
Só quero lembrar que, antes de explodir a cabeça de alguém, a tal bala perdida fez um longo caminho. Veio de muito longe. Foi protegida por bandidos e militares, até chegar ao ponto de que ela mesmo, bala, decrete a morte de alguém geralmente indefeso.
Uma tragédia que muitos dão de ombros.
@p.r.andel
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