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Thursday, June 25, 2015
sobre 1995 - gol de barriga
o mundo e as suas dores – somos imortais
o mundo em dois segundos – nossas lágrimas num instante
e todas as veias abertas jorravam o sangue da vitória
nunca fomos tão tricolores, tão estupendos
tão senhores dos nossos corações perfeitos, um gesto, um lance
a eternidade é um romance inconteste – ah, fluminense!
abençoados sejam nossos soldados de guerra
louvado seja o super-homem de carne, osso e paixão
uma procissão à grama, nossa religião saltando às mesmas veias
a morte não existe! – nossa tristeza é desperdício! – vivamos cada segundo
somos imortais por tudo o que vivemos e sentimos!
quando tudo parecia ser finito e destruído
o que era óbvio derreteu, a certeza vã apodreceua casa grande e a senzala deram as mãos trêmulas –
homens, mulheres e crianças chorando e rindo, chorando e ajoelhando
os apaixonados deitados no concreto em desmaios de vitória
o mundo se resumiu num dia a um jogo de futebol:
muito mais do que um jogo, um drama, uma batalha
os que sobreviveram contaram suas melhores histórias
e trouxeram para sempre a imensidão de um eterno domingo
um exército – um capitão – um rambo – soldado doido admirável
de faixa na cabeça e uma sentença no ventre preciso
e os últimos momentos de um maravilhoso super-herói:
o mais humilde, cordato e elegante dos homens de bem
o sangue, as veias, o peito, os sentimentos, tudo sangra e alivia
ao pensarmos que o oxigênio de um fla-flu – o maior fla-flu –
remete ao melhor campo dos sonhos: cada cabeça uma sentença
cada coração, uma paixão lancinante e inexplicável às vistas:
um chute, uma barriga e a imortalidade são todo amor que perseguimos –
ele renasce em berço esplêndido da nossa história em cores límpidas
@pauloandel
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