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Saturday, June 20, 2015

qualquer agora

onde foi parar o nosso
sempre?
esgueirou-se pelas beiras
em travessas ligeiras
e se perdeu numa fala de mesa
uma conversa que não se lembra
e o sempre?
fugiu para as noites
solitárias do leme
as serestas da praia vermelha
calou-se numa tarde de sábado
as canções de amor dizem pouco
a poesia faz-se tão encolhida
o sempre mora tão longe
que nos desabriga
que tal irmos atrás do quando, agora!, sem rodeios?
antes que o gosto amargo
seja a lembrança de um sol
que não nasceu nem se pôs

@pauloandel

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