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Tuesday, August 20, 2013

noites do lido

foi-se assim, dengosa e livre
enquanto ouvia poemas de luar
era quem não se aquietava
em seu desalinho com o ordinário
ela namorava a dor da lua
e buscava o fascínio da vida
entre sofrimentos e risos vis
e navegava e navegava o só
os esnobes só viam-lhe beleza
os covardes exigiam-lhe âmbar
eis que seu resto era insana canção
a trazer lirismos de além-mar
ela chorava por meu pranto
e gozava com meu gozo
ela dançava e sorria, linda
era inverno de Leme a sangrar
até estancar qualquer rancor
de modo que hoje, tão longe
ainda há um rufar de tambores no peito
a certa lua cheia há de nos redimir
e seremos, seremos
o colapso de toda tristeza em vão
ela e meu pequeno grande poema
onde versos tristes desimportam:
cada uma de suas armadilhas
fez-se pomar de se colher amor

@pauloandel

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