minha amena vida não se pauta em pretéritos;
ela é regada num jardim de gerúndios.
digo não ao mais-que-perfeito, ao subjuntivo.
eu quero também o erro, o defeito, e alguns bons indicativos.
basto-me vivendo, vivendo e aprendendo, aprendendo e respirando, solfejando;
fico sonhando, falando, bebendo e cantando, fazendo e desacontecendo.
eu namorando, amando e remando com a maré, num descansando, repetindo ou reiterando.
eu vou brotando e desfolhando, renascendo das cinzas, dos louros e pêsames, das lembranças.
o gerúndio é meu oxigênio, pretérito mais-do que-erro,
meu erro crasso, meu ir e vir das apressadas ruas.
enquanto eu ando, a vida é agora,
é do endo, indo, do ando sem quando;
é água de riacho que vai rumando;
desce o curso em busca da morte,
longe do hoje, lá no além-mar.
Paulo-Roberto Andel, 14/01/2007
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