No dia a dia, o que mais vemos são sobre guerreiros ou heróis. Virou banal. Os verdadeiros heróis são outros. Agora mesmo, seis da manhã, eles estão em trens e ônibus apertados. Os mais sortudos levam uma marmita. A maioria almoça biscoitos. Quando faz 40 graus no Rio, no Camelódromo faz 55 e eles estão debaixo das telhas de amianto - já mudaram? Muitos montam banquinhas na rua para vender miudezas. Outros chegam para render a portaria, outros para fazer a faxina do prédio, muitas vezes sequer cumprimentados pelos respeitáveis condôminos, que se acham riquíssimos com seus carros financiados em 72 prestações. Guerreiros varrendo calçadas, pegando bicicletas alugadas para entregar comidas que nunca podem comprar. Heróis entregando remédios, anunciando frutas nas feiras, dirigindo ônibus calorentos - muitos desenvolvem câncer nos testículos, sabia? Carregando caixas pesadas, ocupando e desocupando grandes e pequenos caminhões que atravessam centenas e centenas de quilômetros pela cidade, estado e um país de gente tão lutadora e sofrida mesmo.
@p.r.andel
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