as pessoas têm morrido demais e rápido demais. estão assustadas, ameaçadas, verdadeiramente desesperadas. o ódio vira incêndio e tiroteio conforme a ocasião. as pessoas estão indo embora cedo demais. quem fica vê o horror da necropolítica, o desprezo, a destruição. celebrar o crime virou orgulho, trair e trapacear virou qualidade, humilhar é poder. as pessoas são incapazes de ver a dor do outro e acham tudo normal, esquecendo-se de tanta indiferença ainda vai criar uma nascente de vingança, que crescerá até que nos apedrejemos nas ruas. estamos indiferentes aos inocentes fuzilados, aos corpos desaparecidos, aos estupros e sevícias, ao assédio tosco e vil, aos despejos e leilões, aos suicídios tratados com silêncio, à injustiça. tudo isso só pode ser tratado com naturalidade por cabeças de merda, comandadas por espíritos de merda. é a grande guerra onde quase todo mundo morre no final, para o deleite de uma minoria mesquinha, asquerosa, nazifascista, hipócrita e criminosa. os pequenos bandidos cometendo pequenos crimes e sonhando ocupar o lugar dos grandes falsários, uma ingenuidade estúpida. as pessoas têm morrido demais e rápido, com missões incompletas, enquanto ratos de esgoto travestem-se com roupas de marca e fingem ser lordes, mas não passam de ralé suja de merda.
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