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Friday, March 30, 2018

hey, amor

hey, amor/ as coisas continuam fora do lugar/ o caos é nossa matriarca gentil/ eu continuo sem você/ e tão sem mim/ o brasil precisa amanhecer/ o que será daquele um só mesmo?/ e das manchetes encardidas/ desta selva de pedra nazifascista/ mas ainda existem restos de amor/ my love said never felt him so good/ longe do mar de lágrimas das entranhas da rua/ longe do ódio e dos fuzilamentos/ um milhão de detentos para justiça alguma/ o sol ainda brilha em abril/ mas temos contado mortos demais/ as veias de asfalto estão sangrando demais/ meu coração ainda espera por ti/ nunca estarás morta no que vejo/ não viveremos para sempre no exílio/ nem pediremos esmolas aos que nos veem com nojo/ não precisamos destes bostas para nada/ hey amor/ hoje é uma noite solitária/ de dia santo e mil diabos pelas ruas/ pobres diabos sem rumo nem preço/ ainda choro por ti/ e me desaconteço/ Brasil/ minha voz enternecida/ calou-se à última canção/hey amor/ se eu não te ver nunca mais/ saiba que te carreguei feito os versos de um poema emblemático/ dos dias sofridos da grande metrópole/ onde todos são todos e cada um é ninguém/ só eu sei das esmolas que peço a mim mesmo/ perdido na solidão das ruas/ despencando do décimo andar da tristeza/ até me estraçalhar no chão/ para viver outra vez sem razão/ hey, amor/ a madrugada tem silêncios moles/ a solidão traz poesias de ironia e cores/ queremos pequena fé enquanto degustamos os rumos da desesperança. @pauloandel

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