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Monday, May 19, 2014

a guerra

venha! venha!
vamos abrir as portas e as janelas
fazer da casa a terra liberta
onde todos serão um
e o somente não resista
às intempéries da paixão
para que os corpos
sejam livres na verdade nua
vamos derrubar os dogmas que nos aprisionam
eles não querem nosso bem
sejamos a pátria, a família
o amor pelo amor vivido
e saibamos celebrar a amizade
o respeito a quem não tem
o carinho para com quem sofre e chora debaixo do céu estrelado
e nenhum teto fraterno
sejamos o clímax de nossas plenas crenças e desejos
sem deixar que os deuses nos imponham desamor
sejamos a casa, a escola, a família
nossas mães dedicadas e pais proletários
enquanto namoramos os livros na sala -
e a voz seja um sinal de abraço
que as praias românticas e silenciosas sirvam como fotografias
dos namoros mais repletos
- oh, deus que não entendo e tanto ofereceu lágrimas aos meus olhos! -
até que eu possa
ver todas as crianças com a alegria que tive quando fui uma delas
agora que meus pais se fazem morte e presença
tão intensa que a tristeza infinita
confunde-se com as melhores
lembranças
que os escoteiros estejam sempre alertas a cada arcozelo
e este mundo de frias corporações nunca mais alimente a guerra
a guerra
- oh, senhor deus das minhas lágrimas! que cada criança tenha um carrinho
uma bola
e a saúde dos pais a bem tratá-la
meus amigos comunistas abraçados
no atlântico sul de copacabana:
as tristes putas lindas vão se recuperar
mulheres meninas com o gosto do mundo a se experimentar
os mendigos serão passado
e não precisaremos de mais droga nenhuma
para fingirmos fleuma e alegria
a terra
será a dignidade de todos
meus irmãos abraçados serão todos
um silêncio de luar será a melhor serenata
enquanto minha musa dorme nua
e ao lado
recito poemas de fé:
o meu país será outro, super outro feito artérias jovens
cheias de sangue limpo e rico -
copacabana será minha para sempre e fará da ribalta a luz
bailará entre musas estrelas
terá minha serena fidelidade:
seremos nós, nosso mundo
e tudo terá a calma do devido lugar
seremos nossos livros de história
cada vez mais bonita
sem porém a acrescentar: seremos nós mesmos!

@pauloandel

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