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Wednesday, April 17, 2013

Outono

1

A estrada, os carros velozes, uma paisagem esperta e o mundo na próxima parada. A estrada, a natureza, o céu e sua beleza enquanto a caravana não para. Vidros abertos, ventos cortantes, voos rasantes, rodas de aço, braços fortes, belas mulheres e uma jornada que nunca termina. Um coração fiel que não trai nem aparta – apenas espera a hora certa da próxima batalha, procura o cheiro da próxima estrada – meu coração é a trilha de uma estrada e isso me basta.

2

nenhuma canção
é flor tão vistosa
para trazer consigo
o aroma do meu amor

3

sozinho no meu da multidão
descrente em frente à procissão
a estrada livre e a desilusão
uma artéria que sangra
um amor em vão

4

um outono
e as folhas mortas
fingem que não serão
redivivas – a estrada
é a primavera, matreira
favorita

5

nada vira do avesso sozinho/ nada é tão distante que não pareça real/ e o nosso caminho?/ rodas de aço e trilhos infinitos/ sem perder um segundo sequer/ e quem não vier conosco vai desperdiçar uma grande oportunidade/ já que nada vira do avesso sozinho/ nada, nada, nada do que eu pensava encontrar ou me surpreendesse/ eis o nosso caminho/ viajantes solitários e unidos/ por conta do mesmo destino

6

oh, céu de computador/ e um sorriso de verão inesquecível/ na contramão destes dias frios e torpes/ um sorriso, um coração e lábios que são chama acesa a queimar em mel – ah, o céu é um computador de infinitas paixões/ e as multidões estão sempre à espreita/ e se fosse uma janela onde surgisse o riso discreto e apaixonante de Izabel à vera?/ ah, computador, alivia a minh’alma/ e faz da tua cibernética um descanso/ um acalanto/ - um infinito de varanda ao léu/ um sorriso magnífico/ a desfraldar mil encantos/ feito fosse de Izabel/ nenhum espanto com a beleza que vocifera

7

Fred e sua casa
tudo está fechado
a janela é qualquer alma
nenhum passo pensado
e a festa acabou:
quando vamos embora?

@pauloandel

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