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Thursday, December 06, 2012

Niemeyer x Reinaldo: gênio versus idiota




Neste momento, o corpo de Oscar Niemeyer está no Palácio do Planalto. 

Para a tristeza de milhões de pessoas, chegou a hora de velá-lo. 

Gênio da raça, o Doutor Oscar estava a dez dias de completar 105 anos. Viveu muito, felizmente. Deu muito ao mundo, como arquiteto, pensador e, principalmente, homem de caráter e dignidade inquestionáveis.

Hoje, as manchetes do mundo curvam-se à genialidade de um dos seus maiores criadores, referência perene da arquitetura contemporânea.

No entanto, o Brasil tem em sua pseudo-imprensa alguns dos mais deploráveis “formadores de opinião” que se possa imaginar. 

É o caso da ex-revista Veja e seu jagunço Reinaldo Azevedo, notório por seu exotismo e suas poses fotográficas de gosto bastante duvidoso. 

Hoje, não para surpresa, mas sim indignação de milhões de pessoas, Reinaldo foi mais Reinaldo do que nunca: disparou todas as ofensas ao recém-falecido Oscar Niemeyer, gesto típico de quem preza o mau-caratismo – neste caso, bastante natural. 

Capitão-do-mato entre os destroços de uma ex-publicação que hoje resume-se a ser a porta-voz de um partido em frangalhos – e porão de grupos econômicos desinteressados da sociedade brasileira em seu bojo - Reinaldo ganhou espaço na mídia brasileira às custas de calúnias, difamações e malversações – neste caso, superando tudo em matéria do ser escroque: ofendeu a um morto que não pode mais se defender na terra.

Não é de meu tom perder tempo de minhas ideias com um lacaio do fascismo econômico. Apenas o fiz porque excedeu quaisquer limites de ética e dignidade humanas – e se o encontrasse na rua agora, fatalmente eu seria preso por agressão. Não é novidade em se tratando de Veja: o “foragido enrustido” Mainardi já cometeu tamanha sandice ao agredir verbalmente outro recém-falecido à época: ninguém menos do que Carlos Drummond de Andrade. Como se vê, efeminados em total frenesi ofendendo a memória de ícones da cultura brasileira é regra comum na ex-revista. 

Hoje, na imprensa brasileira, Veja tem o mesmo significado editorial que o bunker de uma comunidade carente tem para os traficantes de drogas ilegais. E talvez isso faça sentido mesmo: no fim das contas, Reinaldo é mero olheiro do tráfico da informação. Investe seu tempo em material pernóstico que é chancelado editorialmente com o propósito de ser “formação de opinião” (leia-se propaganda eleitoral gratuita a favor de seus coronéis econômicos, perdida no tempo e no espaço) – favor não confundir um escritor com um fazedor de livros. Investe num recurso básico que faz babar os leitores e admiradores da ex-revista: a citação de autores e frases, num verdadeiro circo intelectualoide non-sense. Tudo isso bastante temperado com mediocridade de caráter e ausência de princípios éticos ou mesmo etiqueta – o oposto do que ele tenta oferecer em suas fotos afetadas. Ah, sim, quem não concorda com suas ideias é um idiota. Hitler começou assim, mas Reinaldo não tem sequer hombridade, quanto mais coragem para defender suas ideias frente a frente com os que destrata, ofende e agride verbalmente, amparado pela “liberdade de imprensa” que o imuniza para que possa ser cada vez mais dos que vai contra a defesa do Brasil como sociedade justa, igualitária e fraterna. Um inimigo do povo e de seus valores, travestido de intelectual (rasteiro, aliás) em defesa de uma liberdade que só encontra eco entre os mais poderosos economicamente e, claro, entre os ignorantes que aplaudem a exploração da própria mão-de-obra.

Ao atacar um falecido, Reinaldo oferece exatamente o que sua plateia quer. Ficaria melhor se vestisse trajes do Moulin Rouge; seu can-can verbal ao menos teria um figurino menos brega.

Ah, se ele fosse homem de verdade e flanasse feito uma mariposa aqui pela Rio Branco, Carioca, Praça Tiradentes. Como seria bom acertar-lhe um firme soco no nariz nesse momento. Parti-lo ao meio, retribuindo ao vivo toda a violência que tem oferecido a milhões de pessoas por conta de seu fascismo. Contra os serviçais da malignidade, a lei é pouca.

Eu responderia por este delito com a mais absoluta satisfação.

Quem sabe não consigo?

Pensando bem, impossível: Reinaldo não é homem de verdade. Não pela opção sexual, longe disso; falo na verdade de hombridade, dignidade, respeito, caráter - elementos que lhe soam como um ET em Ipanema.

Paulo-Roberto Andel
@pauloandel

3 comments:

Roger de Sena said...

Nada a acrescentar!
Só os parabéns e a admiração de sempre.
Salve, Niemeyer!
Ao "jagunço" Azevedo, apenas o desprezo eterno.

Mauro said...

OBRIGADO.

Pedro Du Bois said...

Parabéns, Andel, por expor a imbecilidade e a intolerância desse desde sempre ignorância e ma fé ambulante. Talvez um dia a população possa se dar conta do quanto essa gente é nociva ao país. Talvez. Abraços, Pedro.