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Monday, February 07, 2011

(DES)(RE)CONSTRUÇÃO E LASCÍVIA














II


Eu não queria ir fundo até o Leme
para recordar o que já não volta -
é que agora sou outra bossa, outro
samba de piano malandrinho
e o que parece tão seguro em mim
choca ligeiro feito mar às pedras:
tudo saudade sem fé.

III

eu e o cedo
cedo
cedo
nem t ã o
breve
que me desvele
eu e o tema
amor de pranto
que não fere:
apenas unguenta.

IV

eis que meço uma assimetria
enquanto alguém remexe
num lixo.
um louva-a-deus?
um deus-dará?
para florescer o céu celeste
da tristeza,
tanto faz.

V

quero mostrar felicidade
enquanto me divirto
ouvindo Nick Cave.
definitivamente
não careço de oposição.

VI

aquela mulher
que me leva às nuvens
e sequer desconfia.
quase sempre surge nua,
lúcida e saborosa
em meu sonho-poema:
um delírio psicodélico
sem sustento
por mais de hora e meia
e gozo lancinante.
aquela mulher
que me oferece desinteresse
não cogita que,
ao pouco longe,
ambiciono sua carne livre
e perfumada,
sua secreção de prazer
líquido e abundante -
eu cogito seu mar de tesão
que não me traz à tona
e, por isso mesmo,
basta ejacular o só!

paulorobertoandel07022011

3 comments:

Elika Takimoto said...

Ah, fala sério, Paulo! Da onde se tira tanta inspiração?!? Muito legal todos esses aforismos.

Beijos

Paulo-Roberto Andel said...

Queridona,

Acho que baja un caboclo.

Hehehe,

Beijoca.

Um brasileiro said...

ola. tudo blz? estive por aqui. interessante. apareça por lá. abraços.