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Monday, September 14, 2009

NOITE















noite
me escurece
um novo açoite
me entorpece
enganou quem não
merece
um orixá
mais uma prece
noutra noite
ensandecida
queima na
vela votiva
na fumaça da boate
numa artéria da cidade
cabe a noite
emotiva
corte numa
carne ardida
sangue ao vento
e despedida
outra hora numa prosa
outro choro
outra roupa encardida
numa corda
na varanda
do casebre na viela
na favela
outra mesma noite
outro corpo no asfalto
mais uma vela
mais um plástico preto
e deus perdoa
o morro não tem vez
a miséria atordoa
mar de insensatez
choro do pobre ecoa
noite
não me conforta
noite
mãe minha aflita
noite
meu amor ao longe
noite
meu sentimento num altar:
uma alegria fenece
e o silêncio adormece –
fermenta o tempo
de sonhar!


paulorobertoandel14092009

4 comments:

Unknown said...

Com certeza mestre Andel meu tricolor sofrido. A noite mostra mesmo sua cara e ainda mais nos tempos atuais.Um abraço desse amigo gaúcho.

Elika Takimoto said...

Adoro isso. Adoro! Amo o seu talento! Vibro com você!!!

Parabéns, Paulo! Mais um para a história.

Beijokas

Elika Takimoto

mr green said...

Que beleza, hein?
Adorei encontrar seu blog por acaso.
Já sou seguidor.
Parabéns pelo poema.

Chá das Cinco said...

Como sempre o meu amigo Paulinho mandando muito...
Hoje estou aqui só para te deixar um beijo meu lindo.