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Wednesday, January 31, 2007

1995

hoje, tudo não passa de efêmeras vanguardas
mergulhadas pelas cadeiras, mesas, reuniões
amontoando laptops, pen drives, coffee break
foram-se os dedos e os anéis, caso encerrado
o tempo levou meu majestoso e melhor amor
por tudo isso, encanta-me doce nostalgia de ti
nada mais antigo e deliciosamente fascinante
feito dourado que confiastes às minhas mãos
um beijo carinhoso na pousada de um arraial
todo gosto, cheiro, pele, tudo que reze presença
do teu perfume leve e inacreditavelmente vivo
são tudo tons que não opacam minha companhia
e não afrontam quem deleita-se bem ao meu lado
pois brilham no céu vespertino do velho Arpoador
foram-se os tempos, minguantes, correram serenos
pela fonte d´água que mata sede de todos desejos
nós agora somos outras casas, bravias, distantes
confiamos nossos amores a quem os desmerecia
sonhamos, vivemos, sortimo-nos por cada lugar
mesmo que nossos corações tenham nova gente
mesmo que lembranças não recuperem o ardor
eu, somente eu, navego vista pelo meu horizonte
e te procuro, procuro, procuro em cada calçada
cada beira de mar em noite de calmaria, poetisa
e sonho-te, sonho meu secreto mundo do querer
enquanto eu não descansar em paz, há fato certo
meu pensamento mais lúcido carrega uma fantasia
e nela, o detalhe mais-que-perfeito é o teu sorriso
tua delicada voz que ecoa firme em minha cabeça
feito a canção dos melhores momentos de amor
o macio de tuas mãos percorrendo-me pausadas
e o calor do teu corpo cujo igual nunca mais vi

Paulo Roberto Andel, 31/01/2007

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