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Monday, December 14, 2015

o fim da musa

estão todos tristes, desgovernados
ao lado da caixa de morte que abriga
o corpo da musa

nunca mais uma palavra, um sorriso
nunca mais beleza à vista
nenhuma poesia comparada

todos murmuram, atônitos

diante do inevitável caminho final:
quem levou a musa embora?


muito antes do justo e razoável
tão em vão diante do imponderável
enquanto cantam o réquiem baixo


                                                       - é inaceitável! - tamanha desgraça não há!
                                                       - onde vai viver o nosso amor dilacerado?

houve quem não viesse e risse
por rancor, inveja, pequenez
a musa dorme para sempre
com sua pele alva, os traços finos
e a imensidão do mistério

a musa que dorme, o amor que morre
a finitude que nos cega - queremos explicações que não existem
enquanto a moça fala de deus
e somos uns inconformados!

a eternidade é negligente com as musas!

@pauloandel

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