Cabeça Dinossauro é o terceiro
álbum de estúdio da banda brasileira de rock Titãs, lançado em junho de 1986.
História
Lançado em finais de junho de
1986, não só marcou a estréia da parceria da banda com o produtor Liminha como
também garantiu o primeiro disco de ouro para a banda, em dezembro do mesmo
ano[1].
A prisão de Arnaldo Antunes e de
Tony Bellotto, nos finais de 1985, por porte de heroína, e a clara vontade da
banda querer buscar uma unidade sonora – mais precisamente, pesada -
influenciaram na mudança estética que a banda tomou neste LP, após a expressão
de uma sonoridade um tanto confusa (que poderia revelar algumas boas canções)
nos dois álbuns anteriores.
A capa foi baseada em um esboço
do pintor italiano Leonardo Da Vinci, intitulado A expressão de um homem
urrando. Um outro desenho de Da Vinci, Cabeça grotesca, foi para a contracapa
do disco.[2]
Ainda que remetesse muito ao punk
rock, o disco mostra que os Titãs interviam ainda no reggae
("Família"), no funk ("O Quê?", "Bichos Escrotos"
e "Estado Violência") e até mesmo em um cerimonial dos índios do
Xingu (na faixa-título). Nas letras, vários pilares da sociedade foram
discutidos acidamente, expressas a começar pelo título das canções:
"Polícia" (de Tony), "Igreja" (de Nando Reis), "Estado
Violência" (primeira colaboração do baterista Charles Gavin como compositor
dentro da banda). Há também críticas acerca do estado capitalista ("Homem
primata") e os tributos abusivos pagos pela população
("Dívidas").
A banda deu caráter antológico à
obra ao resgatar "Bichos Escrotos", canção que tocavam desde 1982 e
que só pôde ser gravada nesta ocasião. Mesmo assim, a censura vetou a faixa nas
rádios por conta do verso "vão se foder", o que não desencorajou
algumas rádios a tocarem uma versão com a tal frase vetada, às vezes até a
própria versão original, o que acarretava um pagamento de multa.
Das 13 faixas do álbum, 11 foram
executadas em rádios - como únicas exceções as faixas "A Face do
Destruidor" e "Dívidas".[carece de fontes]
Em 1997, a revista Bizz elegeu
Cabeça Dinossauro como sendo o melhor álbum de poprock nacional, isto quando a
banda ainda daria um salto maior comercialmente, com o Acústico MTV.
Em 2012, com o retorno da banda a
Warner Music e com a turnê de comemoração dos 25 anos de Cabeça Dinossauro, o
álbum foi relançado com as 13 canções originais, mais as versões demo delas e a
inédita Vai pra Rua, de Arnaldo e Paulo Miklos.[3]
Titãs
Arnaldo Antunes - voz
Branco Mello - voz
Charles Gavin - bateria e percussão
Marcelo Fromer - guitarra
Nando Reis - baixo e voz
Paulo Miklos - voz, baixo em
"Igreja"
Sérgio Britto - teclados e voz
Tony Bellotto - guitarra
Participações especiais
Liminha - guitarra em
"Família" e "O Que"; percussão em "Cabeça
Dinossauro"; DMX, Drumulator e efeitos em "O Que"
Repolho - castanhola em
"Homem Primata"
Produção musical
Liminha - produtor, direção
artística e musical
Vitor Farias - produtor,
engenheiro de gravação
Pena Schmidt - produtor
Bernardo - assistente de estúdio
Ricardo Garcia - masterização
Gravado no Estúdio Nas Nuvens,
Rio de Janeiro-RJ, em março e abril de 1986
Produção gráfica
Sérgio Britto - capa
Vânia Toledo - fotos
Silvia Panella - arte final
José Oswaldo Martins - corte
Regravações
Polícia: A canção foi regravada
pela banda mineira de thrash metal Sepultura, incluindo-a como faixa bônus da
versão brasileira do disco Chaos A.D. (1993). Na edição de 1994 do festival
Hollywood Rock, os Titãs chamaram os membros do Sepultura (também participantes
do evento) para participarem da performance da faixa ao vivo. Em algumas
ocasiões, o guitarrista Andreas Kisser participa de shows do Titãs tocando
guitarra nessa canção.
Por sua vez, Os Paralamas do
Sucesso, em algumas ocasiões, citam trechos de "Polícia" em sua
canção "Selvagem". A banda liderada por Herbert Vianna ainda regravou
as duas canções junto com a banda paulista, no CD e DVD Paralamas e Titãs
Juntos e Ao Vivo, também com a participação de Andreas Kisser.
Estado Violência: Esta canção,
uma das menos conhecidas do grande público, foi regravada pelo Biquini Cavadão
em seu álbum de covers 80 (2001).
Família: O grupo de pagode Molejo
adaptou a letra para o ritmo de samba, na versão gravada no álbum de 1998. A
introdução de teclados da versão original foi utilizada em uma das faixas, com
o aval dos Titãs.
Cabeça Dinossauro e Porrada: O
grupo de Rock Sanatore gravou releituras dessas músicas em junho de 2011 para
comemorar os 25 anos do lançamento do LP Cabeça Dinossauro. Por ser um single
promocional, essas músicas não são comercializadas, mas podem ser encontradas
no Youtube com facilidade.
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