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Tuesday, June 19, 2012

Cabeça, cabeça, cabeça dinossauro!



Cabeça Dinossauro é o terceiro álbum de estúdio da banda brasileira de rock Titãs, lançado em junho de 1986.

História

Lançado em finais de junho de 1986, não só marcou a estréia da parceria da banda com o produtor Liminha como também garantiu o primeiro disco de ouro para a banda, em dezembro do mesmo ano[1].

A prisão de Arnaldo Antunes e de Tony Bellotto, nos finais de 1985, por porte de heroína, e a clara vontade da banda querer buscar uma unidade sonora – mais precisamente, pesada - influenciaram na mudança estética que a banda tomou neste LP, após a expressão de uma sonoridade um tanto confusa (que poderia revelar algumas boas canções) nos dois álbuns anteriores.

A capa foi baseada em um esboço do pintor italiano Leonardo Da Vinci, intitulado A expressão de um homem urrando. Um outro desenho de Da Vinci, Cabeça grotesca, foi para a contracapa do disco.[2]

Ainda que remetesse muito ao punk rock, o disco mostra que os Titãs interviam ainda no reggae ("Família"), no funk ("O Quê?", "Bichos Escrotos" e "Estado Violência") e até mesmo em um cerimonial dos índios do Xingu (na faixa-título). Nas letras, vários pilares da sociedade foram discutidos acidamente, expressas a começar pelo título das canções: "Polícia" (de Tony), "Igreja" (de Nando Reis), "Estado Violência" (primeira colaboração do baterista Charles Gavin como compositor dentro da banda). Há também críticas acerca do estado capitalista ("Homem primata") e os tributos abusivos pagos pela população ("Dívidas").

A banda deu caráter antológico à obra ao resgatar "Bichos Escrotos", canção que tocavam desde 1982 e que só pôde ser gravada nesta ocasião. Mesmo assim, a censura vetou a faixa nas rádios por conta do verso "vão se foder", o que não desencorajou algumas rádios a tocarem uma versão com a tal frase vetada, às vezes até a própria versão original, o que acarretava um pagamento de multa.

Das 13 faixas do álbum, 11 foram executadas em rádios - como únicas exceções as faixas "A Face do Destruidor" e "Dívidas".[carece de fontes]

Em 1997, a revista Bizz elegeu Cabeça Dinossauro como sendo o melhor álbum de poprock nacional, isto quando a banda ainda daria um salto maior comercialmente, com o Acústico MTV.

Em 2012, com o retorno da banda a Warner Music e com a turnê de comemoração dos 25 anos de Cabeça Dinossauro, o álbum foi relançado com as 13 canções originais, mais as versões demo delas e a inédita Vai pra Rua, de Arnaldo e Paulo Miklos.[3]

Titãs

    Arnaldo Antunes - voz
    Branco Mello - voz
    Charles Gavin - bateria e percussão
    Marcelo Fromer - guitarra
    Nando Reis - baixo e voz
    Paulo Miklos - voz, baixo em "Igreja"
    Sérgio Britto - teclados e voz
    Tony Bellotto - guitarra

Participações especiais

Liminha - guitarra em "Família" e "O Que"; percussão em "Cabeça Dinossauro"; DMX, Drumulator e efeitos em "O Que"
Repolho - castanhola em "Homem Primata"

Produção musical

Liminha - produtor, direção artística e musical
Vitor Farias - produtor, engenheiro de gravação
Pena Schmidt - produtor
Bernardo - assistente de estúdio
Ricardo Garcia - masterização
Gravado no Estúdio Nas Nuvens, Rio de Janeiro-RJ, em março e abril de 1986

Produção gráfica

Sérgio Britto - capa
Vânia Toledo - fotos
Silvia Panella - arte final
José Oswaldo Martins - corte

Regravações

Polícia: A canção foi regravada pela banda mineira de thrash metal Sepultura, incluindo-a como faixa bônus da versão brasileira do disco Chaos A.D. (1993). Na edição de 1994 do festival Hollywood Rock, os Titãs chamaram os membros do Sepultura (também participantes do evento) para participarem da performance da faixa ao vivo. Em algumas ocasiões, o guitarrista Andreas Kisser participa de shows do Titãs tocando guitarra nessa canção.

Por sua vez, Os Paralamas do Sucesso, em algumas ocasiões, citam trechos de "Polícia" em sua canção "Selvagem". A banda liderada por Herbert Vianna ainda regravou as duas canções junto com a banda paulista, no CD e DVD Paralamas e Titãs Juntos e Ao Vivo, também com a participação de Andreas Kisser.

Estado Violência: Esta canção, uma das menos conhecidas do grande público, foi regravada pelo Biquini Cavadão em seu álbum de covers 80 (2001).

Família: O grupo de pagode Molejo adaptou a letra para o ritmo de samba, na versão gravada no álbum de 1998. A introdução de teclados da versão original foi utilizada em uma das faixas, com o aval dos Titãs.

Cabeça Dinossauro e Porrada: O grupo de Rock Sanatore gravou releituras dessas músicas em junho de 2011 para comemorar os 25 anos do lançamento do LP Cabeça Dinossauro. Por ser um single promocional, essas músicas não são comercializadas, mas podem ser encontradas no Youtube com facilidade.

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