a missa dos escravos
era quilombo disfarçado
num veloz yorubá,
era fuga do inferno
para a bênção de oxalá,
a missa era canto,
era pranto de dores,
desesperança em fé
a missa dos escravos
era o alívio das almas
fatigadas, estupradas
sem piedade ou compaixão,
almas dispersas,
malversadas no riso do sinhô
era missa, era fuga
era passo ao cadafalso,
a corda, aos olhos era fim
missa diadorim
noite dos náufragos
era silêncio de amém, obá!
a missa dos escravos
era sempre a nação zumbi.
(Para Hermeto Pascoal)
Paulo-Roberto Andel, 08/11/2007
1 comment:
UOU!
Cara...
Faltam-me palavras para te dizer o quanto eu gostei desse poema...
MUITO BOM MESMO!!!
Considere seu blog como favoritado!
Abraços
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