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Friday, August 18, 2006

A balada da moça distante

Vieste na névoa ensolarada
Do fim de tarde na Guanabara
E a baía, luzidia, dava-te silêncio
De compaixão

Contemplação

Foste vinda do vento, de longe
E, de perto, eu já não entendia
O que te reluzia
Na beira parada do quase cais

Quando a tua voz doce, rápida
Vibrava entre versos simples
E mesmo por alfarrábios
Meus ouvidos tomavam-te
Por licor
O leve licor de suave luar

Por onde andas?
O que tivestes?

Pouco importa de fato
Pois a beleza do acto
É tua aparição
Seja o que for
Haja o que houver
Na luz de Madredeus

Teus olhos majestosos moram em mim
Feito dois diamantes
E ocupam duas casas
Uma de cabeça
Outra de coração

A trilha de tua morada
Entre majestosos arbustos
E frutos dadivosos
Faz sete candeias
Cândidas neves
Cânticos de lírio

E um breve intervalo
Para que venhas serena
Violante morena
Pérola de mar celeste

Beijo de brigadeiro ao léu
Azul de instigante céu

Lábios dos mais belos beijos
Velas dos melhores castiçais


Paulo Roberto Andel 18/08/2006

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