enquanto caminho pelas
veias de asfalto sangrentos
vejo os corpos em
decomposição
na autópsia das calçadas
frias e indiferentes
vejo os escombros
a miséria e a insensatez
eu caminho pela terra
batida com carcaças
de carros incinerados
e cadáveres insepultos
e meus olhos armazenam
cenas de terror e solidão
eu caminho sem canto
sem prece nem crença
a indiferença é um bem
humano da selva de pedra
o desprezo é o bom dia
eu sigo triste e sozinho
pelo calçadão enquanto
homens e mulheres celebram
a morte e as mortes
as farsas nas prisões:
o que foi feito daquele amor
que trocamos por hipocrisia?
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