não quero ser o primeiro lugar em nada - abomino as medalhas e cartilhas de honra ao mérito
não me interessam o salário mais alto
o topo do mundo
o topo do poder
status, fama, relevância
o meu apogeu está descrito nas mais profundas desimportâncias
quero ser noves fora, nada
nenhum troco a mais
nem de longe um contracheque robusto
a minha vida está em pequenas praças e conversas mendigas de amor
fúteis jogos de futebol
e a poesia paupérrima
a vida em discos de música, livros humildes, letras faiscantes
e sentimentos de sexo solene
vistos a olhos claros:
salve oxumaré nagô, todos os tambores e caixas de folia, atabaques, flautas doces
os cânticos ateus
a nova bossa nova e a velha política velha, os bons e maus com dinheiros e miséria
as mulatas alucinantes do samba
a linda bailarina branquinha
meus boêmios de bar, onde morrem?
quero ser paz na cidade - estou condenado a um fracasso retumbante
e isso nem de longe quer deixar
de ser felicidade
eu não quero nenhum primeiro lugar
que não seja o do amor em mim
mesmo
@pauloandel
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