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Tuesday, May 18, 2010
RETICÊNCIAS
reticências à mostra
numa sala de espera
silêncios tensos
reminiscências de guerra
reticências numa carta
num telegrama
numa folha presa
com fita adesiva vulgar
frente à porta da secretaria:
tudo é reverência
ao calendário
reticências
frente ao cimento
que lambe a lápide
reticências
rumo a um passo
da eternidade
referências
do que somos
vemos
e pouco
sabemos explicar
reticências
para adiar
uma aflição
céu e terra
diante de um vão
e a contemplação
inenarrável
do atlântico:
outras reticências
em tons de beleza
de mar que não
termina –
cântico
apreciável contra
toda angústia
divina
natureza em quebrantos
e um mundo que
não se sabe quando é
abominável
ou fantástico
nas entrelinhas
ou nos doravantes
há re ti cên ci as.
Paulo-Roberto Andel, 18/05/2010
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6 comments:
Belíssima.
Cheia de ritmo a reflexão.
Abraços
gracias, chef!
Mestre em tudo esta implícito esse silêncio voluntário.......
Grande braxxxxxxxxxxxxxxxxx.
Brilhante, über escritor, cronista e POETA!!!
Beijos
Show de bola, Paulo!
Cada verso uma escultura.
Parabéns!
Toda reticicência perdura em ambivalências: por isso somos humanos. Belo texto. Abraços, Pedro.
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