quando quiseres ser poeta
deves atirar uma, vinte, mil pedras de liberdade
numa multidão assustada
tendo em mãos as dálias
que melhor sejam desfolhadas
e ofereça cada pétala
ao sabor do carinho
quando quiseres ser poeta
precisas desfraldar teu peito nu
e abalroar o sentimento de frente
amores, ódios, compaixões
repulsas, alívios, serenidades
para que a palavra escorra em teu corpo
advinda de tuas lágrimas e suores
quando quiseres ser poeta
basta embebedar-se de vida
quente, morna, viva, rígida
e não é o caso de sorver goles
mas sim embriagar-se nas canecas, pelas tabernas
e brindar o entorpecer do amor
Paulo Roberto Andel, 30/03/2007
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