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Friday, March 30, 2007

Ossos do ofício poético

quando quiseres ser poeta
deves atirar uma, vinte, mil pedras de liberdade
numa multidão assustada
tendo em mãos as dálias
que melhor sejam desfolhadas
e ofereça cada pétala
ao sabor do carinho

quando quiseres ser poeta
precisas desfraldar teu peito nu
e abalroar o sentimento de frente
amores, ódios, compaixões
repulsas, alívios, serenidades
para que a palavra escorra em teu corpo
advinda de tuas lágrimas e suores

quando quiseres ser poeta
basta embebedar-se de vida
quente, morna, viva, rígida
e não é o caso de sorver goles
mas sim embriagar-se nas canecas, pelas tabernas
e brindar o entorpecer do amor


Paulo Roberto Andel, 30/03/2007

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