Eu não falei de meu pai ontem. Seria tanta coisa que daria um livro inteiro. Engraçado que eu vivi 40 anos com ele mas não sabia de várias coisas suas e vice-versa. Porém, sabia o quanto era querido pelos colegas de Saara, que viviam telefonando pra ele. Foi um homem muito trabalhador. Estudou e leu muito. Lutou demais. Sofreu muito também. Fiz o que pude, e acho que foi pouco porque eu sou minúsculo.
Semanas antes de morrer, ele estava planejando voltar a trabalhar vendendo cachorro quente, bem perto de casa, mesmo em cadeira de rodas. Estávamos perto de viabilizar, mas não deu tempo. Ele amava o Fluminense e é o responsável direto por todo o material que publiquei sobre o clube, perto de 30 livros. Em todos, seu sobrenome está marcado para sempre.
Não existe dia sem lembranças dele. Eu lembro do passado, de tudo, do bolo de livros que ficavam à minha mão para que eu os rabiscasse. Ele nunca censurou nada. Me deu milhares de jornais e revistas para ler. Eu sou um produto direto do que ele fez, nem sei se planejadamente mas isso pouco importa.
Meu pai foi uma boa pessoa. Isso é mais importante do que tudo. Mesmo que eu parasse agora, minha homenagem a ele está celebrada.
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