Meia hora depois da tragédia de Vinhedo, desci para ir ao banco, a 100 metros de casa. Devastado pelo acontecimento, caminhei até a faixa de pedestres e, do outro lado, vi uma cena que deveria ser simples e corriqueira, mas não é.
Emcontraram-se dois jovens, uma garota de cabelo chanel preto e talvez 1,60m, mais um rapaz alto, talvez 1,80m, negro com elegante corte black.
Pararam, olharam um para o outro e riram. Imediatamente trocaram um abraço apertado de uns dez segundos e se despediram, praticamente sem palavras. Cada um foi para um lado.
A vida deveria ser sempre assim, um abraço. Abraçar as pessoas queridas, camaradas, os amores, crushs, todo mundo. O abraço deveria ocupar o lugar do ódio.
Ganhei outra esmolinha de alegria, atravessei a rua, lembrei de alguns abraços eternos e fui para o banco. Continuei devastado, mas pelo menos aquele abraço dos dois jovens pingou uma pontinha de esperança num horizonte perdido.
@p.r.andel
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