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Tuesday, September 19, 2006

O último dos moicanos

Eu sou o lobo que nunca dorme
E vivo vago, pela travessa dos poetas de calçada
Procurando meu quando, meu quanto,
Meu por quem?

Os sinos dobram?

Eu sou o sangue
Que jorra dos belos olhos da imagem da santa
Não me despeço ao primeiro passo
Eu troco meu traço
Por qualquer Graham Greene
Qualquer Rubem Braga
Todo biscoito fino me diverte
Me derrete
Feito o bom da calda
Brilho de amálgama

Eu sou uma canção na voz de Tatiana
Meu jazz é de Ipanema, secreta
Cortante blues
Bossa nova ao pôr do sol
De braços dados com a
Menina Janaína
Rainha de mar, morena de céu
Tudo ao léu

Eu sou meu longo caminho
Quando tudo parece perdido
Me divirto
Na roleta russa, vetusta
Falho, não caio
Junto, caminho
Sozinho
Sempre sozinho, mesmo ajuntado
Descanso em minha paz
Enquanto a noite de primavera
Não me conforta
Eu não digo amém
Além dos pés da bailarina

Meu tempo é nada
Delicado vazio
Dedicado, infinito

Paulo Roberto Andel 18/09/06

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