agora somos céu e calor, céu sem gris
nada desampara nossos corações perfeitos
eu e você, uma cidade com suas mãos dadas
seus braços entrelaçados e perseguidores
o teu nu é o que vale e vale muito além*
nenhum porém nem pausa de atrapalhar
o meu gole é o teu gole e uma bebida mansa
para desabrochar desejos escondidos à toa
para desabrochar desejos escondidos à toa
não é hora de se poupar - vou te estilhaçar
e nenhum caco será história para se contar
ninguém precisa saber qualquer roteiro
que tal viver o que lhe deixam viver sem ver?
no fim das contas, ninguém precisa mesmo saber
um estilingue, eu sou a pedra, você a vidraça
então sou perigosíssimo, uma suprema ameaça
pois eu quero te acertar, te abalroar
eis então você, chocolate ao leite, cerejas e vinho
eis então você, chocolate ao leite, cerejas e vinho
um céu de concreto e uma relva de pano
que tal você rolar e rolar e rolar sem parar
e sequer pensar quando eu relar em você?
e sequer pensar quando eu relar em você?
o resto fica por conta do que se possa fazer
@pauloandel
* "O nu que vale", Ed Motta, 1993
No comments:
Post a Comment