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Tuesday, January 30, 2007

A traição das palavras

palavras, que voam velozes, indecisas e malfadadas
expulsas ao vento por vozes firmes ou delicadas
palavras, perdidas na indulgência da não verdade
esgarçadas pelos tempos e ventos, vãs memórias
palavras, algozes ou santas, mordazes redentoras
ora desperdiçadas, ora definitivas, reticentes, nós
a casa da palavra deveria ser templário sagrado
que protegesse a todas do uso falhado, da má fé
palavras não são más, feito a poesia na canção
o mau homem é que delas abusa, traz-lhes dor
falar, escrever o que não sente ou desacredita
enganar, arruinar um coração ou pedaço de vida
perdoemos almas vazias que vagam pela terra
em corpos que não significam seres humanos
apenas zumbis, imersos no espaço de caráter
malversando o divino dom da palavra sagrada
deixemos que sigam em paz, talvez descansem
mergulhados num mar de dúvidas e mentiras
eu não traio minhas palavras, apenas despeço
quando isso acontece, trata de cálido amor.


Paulo Roberto Andel, 30/01/2007

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