Minha alegria morava no brilho dos teus olhos juvenis
Duas jaboticabas, pedaços de faceira bonequinha
Quando eles cerraram, foi minha vista que turvou
Perdido, tentei-me ancorar na ponta do teu delicado nariz
Mas ele não me respondia, desistira de todo aroma
E sequer incomodara-se com minha ponta de dedo frouxo
Mais perdido, baixei rumo aos teus lábios, harmoniosos
Que foram morada de tanto carinho e tantos sorrisos
Outros milênios de beijos que alojaram-se em minha face
E vi que não se mexiam, perdiam-se em meu desespero
Anunciando o breve retrato da mudez no fim, tempestade
Quando teu rosto adormeceu sereno, duas vezes morri
Uma, por ti
Outra, dentro de mim
Paulo Roberto Andel, 11/01/2007
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