ÓCIO
o aquilo que não me fascina
é ócio
e fácil
enquanto meu porém
desce em cascatas
sete quedas em cristal d’água
sem remorso
nem repente
é que eu corroboro o poente
que se anuncia ao passo
da noite e seu estrondo:
risos, discos e danças
artifícios contra a tristeza
mendigos em banquete
sem realeza
e a vida, meu amigo,
é aquele aquilo:
o ócio, o fácil, o tátil,
o devoto do conforto –
e eu que não arredo pé
nem mudo de opinião
acho graça:
traço vôo no mais vago
no infinito em desamparo
e nada tem a força
de me fazer arredio:
minha cobiça
é o fracasso!
paulorobertoandel13032012
No comments:
Post a Comment