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Monday, October 30, 2006

Da ausência onipresente

Certas efemérides trazem contas de minha presença
Há os que a ela creditam alguma frágil importância
Contento-me com fidalguia e delicadeza dos alguns
Entretanto, com plena elegância, sei-me discordante
Não é a minha natureza que move moinhos, pazes
Não é o meu testemunho que acaricia ouvidos fiéis
Faço-me notar intensamente é com minha ausência
Meus silêncios que preenchem espaços, alicerces
Quando calo-me e configuro-me de corpo distante
É quando o melhor de mim revela-se no horizonte
A falta de minhas frases e vozes faz cem discursos
Afasto-me e, com isso, ressalto o melhor de mim

Reticente, mudo, sou mais rigoroso dos discursos
O mar de idéias torna-se impecavelmente límpido

Paulo Roberto Andel, 30/10/2006

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