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Thursday, October 14, 2021

cachorro-quente

Eu gosto muito de cachorro-quente. Sempre gostei, desde criança. Não precisava de nada especial: pão, salsicha, catchup e mostarda. Um gole de coca. Cachorro-quente de festa infantil, pequenininho. E um cachorro que sempre será especial para mim: o do Maracanã. 

Nos anos 1990 e 2000 eu e Bola comemos muitos. Na Afonso Pena, em Madureira e em Niterói. Eram tempos legais. Nos encontrávamos para conversar e rir. 

Muitas vezes fiz cachorros bem legais para meus pais e meu irmão. Todo mundo gostava. Eram pequenos momentos de felicidade que tínhamos. 

Atualmente há uma hamburgueria aqui perto de casa que tem um cachorro ótimo e simples, simples: pão, salsicha, mostarda e catchup, bem do jeito que eu sempre curti. Acabei de pedir dois, bem gostosos. Me senti 35 ou 40 anos mais jovem, lembrando de noites em Cascadura, Copacabana e Vaz Lobo. Lembrei de pessoas queridas que o tempo levou. Também senti tristeza porque sei que, neste exato momento, há centenas de crianças nas ruas do Rio de Janeiro, sem comida, sem casa e esperança. É algo inaceitável. 

Lanchando meus sanduíches, vendo o que restou do noticiário, pensando no descanso antes de ir trabalhar, sonhando com uma noite de paz, torcendo pelos meus amigos em apuros. Tudo isso sem a menor vontade de formar opinião, influenciar quem quer que seja ou ter "seguidores". 

Basta apenas um lanchinho de paz, em respeito à criança esperançosa que fui.

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