o topo do morto, meu mundo
em sépia morna à brisa fraca
o bairro sorri tão triste ao léu
pequenos mortos-vivos, caos
um paredón dos cabisbaixos
e a feia fumaça sobe sem cor
numa quina de rua perdida
a solidão das grandes cidades
esculpidas debaixo de viadutos
ou campos de concentração nus
nas calçadas, marquises, pisos
não há mais sol para todos os uns
não há mais fé para todos alguns
e o próximo feriado é higiene sã
para todos os que detestam ver
as pequenas luzes da tal cidade
como as estrebuchadas vísceras
@pauloandel
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