1
oh, terras distantes e o meu coração flamejante
lateja insone, vazio, porque o teu coração vaga
sem rumo certo ou fronteira a desbravar alegre
dois irmãos, dois pensamentos marginais a sós
o céu do costa brava sem nossos bons retratos
cada cabeça, um furacão e recortes vis do amor
quando a minha mão encontrar a tua mão divina
e fizemos dos convescotes a lembrança de hoje
será sinal de que não somos mais simples uns
vamos ver a boa cor do mar e ela será tão vivída
que não nos restará orfandade alguma ou mísera
nosso amor será o perfeito som do caos, oh caos!
e nada do que já fomos antes terá qualquer razão
e nada do que pensamos antes será um futuro são
apenas a mão entrelaçada à mão e um silêncio nu
2
vamos ficar muito perdidos
e libertar nossos instintos
agora é um quando? onde?
que tal um chute no porém?
vamos fazer o que nos resta
enquanto o que não presta
nos cerca e ameaça tanto
quem sabe ficarmos na boa
pescando pessoas no mar?*
* Citação de " ", Arnaldo Baptista, 1974
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