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Monday, March 29, 2010

CASTELOS D'AREIA




















copacabana é uma procissão

a minha religião mora num mês,
numa semana:
faz-se dor amena
que os castelos d'areia,
efêmeros de natureza,
talvez não saibam expressar
frente ao monumento
que é a beleza do mar

copacabana,
a minha procissão se agiganta:
os santos são os mesmos,
os diabos trocam cores,
as ruas vestem deserto na fadiga -
a fé que morre, é o pranto,
são volúpias e amores

a cada esquina, há um livro
e a procissão despe sua vida
numa biblioteca
a instigar o mais ávido leitor
até que seu coração,
navegante da incerteza,
venha a se tornar
uma delicada e preta
pedra portuguesa.


Paulo-Roberto Andel, 29/03/2010

2 comments:

Elika Takimoto said...

Lindo poema, Paulo!

Mais uma para nossa coleção!

Beijos

Lau Milesi said...

Paulinho, seus poemas são castelos encrustados de pedras/palavras preciosas.Genial, como todas suas obras.

Beijosss
E.T. Que tal enviá-lo para o Destak? Circula por Copa.