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Monday, November 27, 2006

Fim de noite no arraial

Quando eu estiver adormecido lá no arraial
Não me chamem, tampouco provoquem
Sorverei a noite eterna em nascedouro firme
Descendo cursos longos do rio a desaguar
Descobrirei todas trilhas da praia pequena
Até encontrar a moça da voz suave, cristã
Em sonho, trazê-la de barco para os anjos
Dar-lhe mão direita, percorrer ruas de pedra
Encostar-lhe no muro de certa casa vazia
E beijar-lhe como nunca, até o nunca mais
Afagar os longos cabelos de ouro negro
Abraçar o corpo de lisa pele, provocante
Ouvir respiração, pulsação, batimentos
Integrar-me nela tão feito um ser somente
Onde mora minha noite de lua na tal praia?
Mulher amada, distante, realidade em sonho


Paulo Roberto Andel, 27/11/2006

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