Vazio d'alma, tão desamor
Que deságua em turvo mar
Deitado com manto do céu
Num preto que brilha a mil
É perder todos os sentidos
Desmaiar, desfalecer ao léu
Sem o êxtase voraz da morte
Menos ainda deleite de sexo
Vazio d'alma é vácuo da vida
Contida em reles conta-gotas,
Abarrotada de meticulosidades
Mas perdida feito um sozinho
Que investiga as multidões e ri
Aplaude, brada, escandaliza
Para depois cair em silêncio
O silêncio que não é de calma
Silêncio de perda, de ausência
Pouco importando a mulher
Que lhe escorteia solenemente
É tudo vazio, escasso, fugaz
Alma negra, esparsa, vadia
Vazia
Paulo Roberto Andel, 16/11/2006
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