Para que tanto ódio? Ganância? Arrogância? Tudo é inútil. Quinze dias depois de um enterro, somente as pessoas muito próximas ainda pensam no morto. Para que tanto desamor? Para que tantos discursos que não se sustentam na prática? Para que tanta hipocrisia?
Nascemos, crescemos e deveríamos ser gregários, mas somos escrotos. Mesquinhos. E muito hipócritas. Agora mesmo temos um grande evento no Rio, com dezenas de líderes mundiais, onde justamente vai se discutir sobre mudanças que deveríamos ter feito há vinte ou trinta anos. A 50 metros de todos os pontos de concentração do G20 há alguém passando fome e pedindo esmolas. O Rio tem milhões de pobres, falidos e foodidos mas todo mundo finge que nada está acontecendo. E assim empurramos com peito e barriga, até quando Deus quiser e o sistema circulatório colaborar.
A água, o clima, a atmosfera, a comida, o estudo, a segurança, o conforto... Tudo isso é importante não apenas para cada um de nós, mas para todos, para o próximo. Acontece que, de uns tempos para cá, o smartphone é mais amigo do homem do que o próprio homem, então compreendemos toda essa pomba.
Crianças chorando de fome, crianças explodidas na guerra, crianças estupradas e tanta gente fingindo cara de paisagem.
Tanta gente jovem adulta que não tem direito de almoçar e sonha com um bife. São milhões e milhões. Não existe democracia de verdade enquanto as pessoas não podem comer, ter uma roupa, um lugar mínimo para morar. Não existe democracia enquanto trabalhadores morrem com balas na cabeça.
As discussões são importantes, mas discursos sem prática levam a lugar nenhum. Não basta bradar contra a fome e depois fingir que está tudo bem, porque não está. Não está, nem estará. Não adianta bradar contra a violência e praticar o ódio ostensivo. Falamos tanto de roubalheira... Será que somos tão perfeitos assim? Não!
Precisamos de paz. De verdade.
@pauloandel
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